Bastidores do estande Compiladas na Bienal do Livro Rio
Como filas bem sinalizadas, ar-condicionado e IA influenciaram a experiência no evento
por João Varella
Passados os balanços da grandiloquente Bienal do Livro Rio, encerrada no domingo (22), seguem algumas anotações que eu, na condição de atendente do estande Compiladas, fiz do evento. Algumas impressões do evento:
Acerto 1
Espaços Artists Alley, Autores Independentes e Calçada Literária, voltados para as pequenas iniciativas, estavam bem sinalizados e confortáveis.
Acerto 2
Filas organizadas. O estande Compiladas estava ao lado da popular Darkside e não houve interferência. Aliás, o espaço da editora Darkside foi escolhido o mais bonito do evento; Compiladas veio em segundo lugar.
Erro
Mapa apenas com o nome da editora ou conglomerado editorial. Isso gerava muitas dúvidas, pois várias estão divididas em selos. Leitores não sabem diferenciar uma coisa da outra (e não tem obrigação nenhuma disso). As editoras presentes no Compiladas, por exemplo, poderiam estar constando de alguma forma individualmente. Pessoas perdidas contribuem com o congestionamento nos corredores.
Alucinação
O Google atrapalhou. Gemini, a IA do buscador, começou a alucinar com o estande Compiladas. Passou equivocadamente a apontar que várias editoras estavam por lá (a lista real está aqui). Como a página passou a dar como resultado principal a resposta da Gemini, muita gente se confundiu.
Dificuldade (pessoal)
Ar-condicionado direcionado para a prateleira da Lote 42 e Mundaréu, justo o setor que eu cuidava. A Bienal inteira reclamou do calor, exceto por mim. Meu sistema respiratório, que não é nenhuma maravilha, ficou estraçalhado.
Facilidade (pessoal)
Hospedagem próxima, a 15 minutos de caminhada até o estande. É algo recomendável para qualquer evento exigente.
Perfil
O perfil mais frequente de visitante do estande Compiladas foi o de uma mulher cisgênero, de 25 a 34 anos, pós-graduada, moradora do Rio de Janeiro, interessada em ficção, poesia, clássicos e literatura contemporânea. Os dados tomam como base um formulário promocional.
Sinal
O coletivo Compiladas se organizou por um grupo de WhatsApp e reuniões semanais pelo Google Meet. As comunicações oficias d'A Feira do livro também usaram o WhatsApp.
Moda
Uma loja teve a sacada de vender bonecos de pato com prendedores. Pronto, virou o “pato literário”, a moda que marcou a Bienal do Livro Rio 2025.
João Varella é jornalista e fundador da Lote 42, Banca Tatuí, Sala Tatuí e Livraria Gráfica. Escreveu Anatomia do Livro (Lote 42, 2025), Me tirar da solidão (Barbante, 2022), Videogame, a evolução da arte (Lote 42, 2020), entre outros.
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Aqui é Gabriel, fui na quarta-feira pré feriado na Bienal, e comprei livros com minha namorada no local da compiladas. Agradeço muito a recepção e carinho de você e de toda equipe de lá. Livros muito interessantes sendo vendidos e com pessoas agradáveis de conversar. O único defeito que vi foi também em questão de transporte, onde principais mídias falavam para chegar de BRT do jardim oceânico até a bienal, dizendo que só precisaria de um ônibus, uma mentira, precisou de 3. O ônibus que seria direto terminava as 15h, horário totalmente arbitrário e sem pensar que é um dia de trabalho a quarta feira e pessoas vão para eventos após seus trabalhos. Tirando isso, muito obrigado por estar lá, João. Espero ver você e seus livros (como autor ou editor) novamente na Bienal.