Governo de SP vai reformular programas de fomento literário
E mais: Ministério do Livro da Argentina; brasileiro ganha prêmio em Bolonha; oficinas de processos criativos na Sala Tatuí; três livros com costura japonesa; dadinhos e um detalhe de livro da Lote 42
Novos fomentos
Duas linhas de incentivo literário do governo estadual de São Paulo devem sofrer alterações. A primeira proposta visa vincular o incentivo à possibilidade de adaptação do livro ao audiovisual. A segunda busca que, além do livro impresso, sejam criadas versões de ebook e audiolivro. Essa categoria deve unificar os editais de diversos gêneros literários, como não-ficção, romance, poesia e contos. Marilia Marton, secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, convocou na última sexta (12) uma reunião na Sala São Paulo para apresentar as intenções e estudos dessas mudanças, que devem impactar o ProAC (Programa de Ação Cultural). "Nossa preocupação é no distanciamento do leitor com o livro", afirmou a secretária. Ela indicou um aumento no prêmio oferecido aos contemplados. Entre os presentes estavam representantes de editoras independentes, como a Lote 42, Dublinense, Reformatório, Mundaréu e Laranja Original, que deram sugestões ao futuro edital. Novas reuniões devem ser convocadas.
Ministério do Livro na Argentina
A criação de um "Ministério do Livro" na Argentina causou alvoroço no mundo editorial do país vizinho. O presidente Javier Milei afirmou ao portal Infobae que a informação postada nas redes sociais era falsa. A campanha, iniciada por um grupo de editoras independentes, veio acompanhada por um texto que anunciava a criação da instituição na Feira Internacional do Livro de Buenos Aires. O Ministério do Livro é uma iniciativa de cerca de 20 editoras independentes que estarão em um estande no evento. O espaço será usado para promover debates sobre questões que preocupam o setor editorial. A iniciativa destaca a crise enfrentada pelo setor e a necessidade de políticas públicas de apoio. "Em 2020, a cultura representou 2,4% do PIB. Além disso, a Argentina é o país com mais livrarias per capita na América Latina" disseram ao Clarín os organizadores do Ministério do Livro.
Tatu bola no divã
O ilustrador brasileiro Henrique Moreira venceu o concurso de ilustração da Feira do Livro Infantil de Bolonha. O reconhecimento veio pelo trabalho no livro Tatu do Azul, obra que coloca um tatu-bola no divã. “É uma história sobre autoconhecimento e aceitação”, disse o autor ao Estadão. O prêmio é destinado a artistas com menos de 35 anos selecionados para a exposição oficial da feira e dá 15 mil euros (cerca de R$ 81,6 mil). Formado em design gráfico, Moreira é de Curitiba/PR. Tatu do Azul será lançado pela Edições Barbatana (saiba mais sobre a editora no podcast Papo Tatuí com o editor Paulo Verano). A 61ª edição da Feira do Livro Infantil de Bolonha (Bologna Children’s Book Fair - BCBF) contou com a participação de mais de 40 editoras brasileiras, entre elas algumas independentes como a Pó de Estrelas.
Oficinas da Sala Tatuí
A Sala Tatuí está oferecendo uma variedade de atividades para enriquecer as habilidades criativas. O curso presencial Costura japonesa para não esquecer, ministrado pelo editor da Castanha Mecânica, Fred Caju, é uma oportunidade para aprender a arte da encadernação de linha exposta. Além disso, a Sala Tatuí também oferece o curso online e ao vivo Escrever e Pensar Imagens para Crianças, voltado para interessados em explorar o mundo da literatura infantil, com foco na criação de imagens narrativas e textos envolventes. As aulas são ministradas por Peter O Sagae, autor de Coisa, coisas e parte do coletivo 2 no Telhado. Outra opção online e ao vivo é a oficina Desenho e processos criativos, com o artista uruguaio Troche, autor dos livros Desenhos Invisíveis, Bagagem e Lumbre. A atividade busca aprimorar a expressão de ideias de maneira visual.
3 livros com costura japonesa
Os cegos dormem
Um livro em que as poesias retratam através da ficção o luto de uma matriarca. Os textos trazem uma busca pelo sentido da existência misturada com percepções da vida na Amazônia e memórias de infância. Obra de Felipe Cruz publicada pela Edições 1/4. Conheça aqui.
Memórias crônicas de uma mulher sem vergonha
Com cem narrativas breves sobre o cotidiano de uma mulher decidida e autêntica, as memórias de dona Gigi invadem as páginas da obra com uma linguagem direta, honesta e com muito humor. Este é o primeiro livro escrito pela jornalista e musicista goiana Geórgia Cynara e tem ilustrações de Eugênia Fraietta. A edição é da Negalilu. Conheça aqui.
Breu
Uma voz poética que transita no limite da angústia narra poemas perdidos no escuro. Uma página totalmente chapada no preto acompanha cada poesia e o peso desse breu é compartilhado com o leitor através do projeto gráfico. Autoria e edição de Fred Caju, da Castanha Mecânica. Conheça aqui.
dadinho [dicas culturais aleatórias]
Tamires Lima, urbanista e livreira da Sentimento do Mundo, participou do podcast Papo Tatuí
Rafael Corrêa abriu o projeto Toca Ficha no Catarse para seu novo livro
A livraria Candeeiro, de Campinas/SP, comemora um ano com uma conversa entre as editoras Fotô e Lote 42
O escritor Ian Uviedo, autor de Dois por Engano e Café-teatro, estreou coluna na revista seLecT_ceLesTe
Lívia Aguiar, uma das autoras de Queria ter ficado mais, oferece oficina online de zines na Escola da Palavra.
O Festival Sesc Melhores Filmes chegou à 50ª edição. A programação vai até o dia 24 de abril
Um detalhe
Um detalhe do próximo livro da Lote 42. Outros detalhes serão revelados em breve nas redes sociais da editora.
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EXPEDIENTE: Boletim Tatuí; segunda-feira, 15 de abril; ano 5; nº 90; escrito por João Varella, Cecilia Arbolave e Guilherme Ladenthin; diagramado por Lia Petrelli.